O ensino e o exercício da empatia no Colégio e em casa

“Antes de julgar a minha vida ou o meu caráter, calce os meus sapatos e percorra o caminho que eu percorri, viva as minhas tristezas, as minhas dúvidas e as minhas alegrias. Percorra os anos que eu percorri, tropece onde eu tropecei e levante-se assim como eu fiz.”

O poema “Calce os meus sapatos”, escrito por Clarice Lispector ilustra muito bem o sentido da empatia.

Em evidência nos últimos tempos e, ainda mais neste período de convivência familiar mais intensa, o termo “empatia” é algo que tem se tornado cada vez mais parte da nossa rotina. A expressão vem do grego – EMPATHEIA e é formada pela união de duas palavras: EN – “em” e PHATOS – “emoções, sentimentos”, que quer dizer o “ato de se colocar dentro do sentimento alheio”. É tentar perceber e até mesmo sentir o que o outro sente e, com isso, encontrar a melhor forma de se relacionar com outra pessoa de maneira harmoniosa, sem esteriótipos, preconceitos e julgamentos pessoais.

Neste sentido, o nosso trabalho no Colégio Pedro e Rafael também segue em sintonia com o educador Augusto Cury, idealizador do programa “Escola da Inteligência”, filosofia seguida pelo CPR que estimula a empatia no dia a dia, nas relações entre os colegas, familiares e individualmente. Essa é considerada uma das habilidades socioemocionais mais complexas e fundamental para o convívio social, além de exercer uma das funções mais importantes da inteligência.

Aqui no Colégio, esse sentimento é desenvolvido diariamente no convívio entre professores e alunos, inclusive online, como durante esta pandemia.

“Os estudantes são motivados a reconhecerem os seus sentimentos, medos e anseios e, invés de negá-los, aprendem a explorá-los de maneira positiva para o seu crescimento pessoal e social. Rodas de conversa e contação de histórias são algumas das atividades praticadas para trabalhar esse tema no âmbito escolar”, explica Bruna Bernardes, coordenadora pedagógica dos Anos Iniciais.

A coordenadora ainda destaca o papel da família nessa jornada. “O trabalho é uma via de mão dupla. As crianças exercitam esse sentimento aqui no Colégio e levam isso para dentro de casa, muitas vezes mudando o olhar das pessoas que vivem com ele e sendo ainda mais estimulados”, conta.

Algumas dicas podem ajudar nessa relação e na vivência da empatia dentro de casa:

Dê o exemplo – seja empático em suas relações, pois os filhos aprendem observando as suas atitudes. Falar sobre as suas emoções e sentimentos também ajuda eles a aprenderem e respeitarem o que você está sentindo, “hoje a mamãe está triste porque…”, “estou muito feliz…”

Escuta empática – escute atentamente ao outro, sem interrupção, respeitando as emoções e sentimentos de quem fala. Por vezes, as pessoas precisam apenas se expressar e não desejam obter conselhos, aprovação, entre outras atitudes que erroneamente fazemos num momento como esse.

Sintonia com o outro – ao falar com o seu filho, olhe em seus olhos e fique numa posição em que ambos estejam na mesma altura (ajoelhar-se diante os pequenos é um exemplo). E diga a ele que ao conversar com as pessoas, ele deve olhar sempre nos olhos. Nada de celular ou TV nesta hora!

Identifique as emoções – permita que o seu filho demonstre os seus sentimentos e emoções e aprenda sobre cada uma delas, deste modo ele estará pronto para compreender o que o outro sente. Para isso, procure usar a linguagem emocional para mostrar que você o compreendeu e, assim, ensiná-lo a identificar o que está sentindo. Exemplo: “sei que você está bravo…”, “compreendo a sua tristeza…”, “vi que ficou frustrado…” entre outras.

Mídia e situações para ensinar – bata um papo com ele quando estiver assistindo algo, mostrando os sentimentos e emoções que o personagem está sentindo ou até mesmo em situações diversas: “olha, o fulano ficou triste agora, veja a carinha dele” ou “como será que o ciclano está se sentindo?”. Apresente os personagens empáticos e gentis e os resultados de suas atitudes.

Admita os seus erros – ao agir de forma inadequada na frente do filho, reconheça que você errou e que deveria ter tomado outra atitude. Diga a ele o que poderia ter sido feito para evitar essa situação.

Gentileza e reconhecimento – reconheça quando o seu filho for gentil com alguém. “Parabéns por ter emprestado o seu brinquedo para o amiguinho”.

Interessante, não é? Por isso além das dicas, nós também separamos algumas sugestões de livros e filmes!

Leitura
“O poder da empatia: A arte de se colocar no lugar do outro para transformar o mundo”, do autor Roman Krznaric;

“Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais”, do autor Marshall B. Rosenberg.

Filme
“Extraordinário” – dirigido por Stephen Chbosky e escrito por Steve Conrad, baseado no romance homônimo de R. J. Palacio.

Curta-metragem
“Cordas” – dirigido por Pedro Solís García

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